quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Eu quero...

Eu quero ser uma alma lavada pelo mar, levada pelo vento, num dia nublado, sem lamento, em que os grãos de areia flutuem pelo céu em busca do mar. Eu quero ser fiel e traiçoeira, uma onda verdadeira, um sopro de brisa na manhã, uma louca sentada no divã. Eu quero nunca deixar de querer, de ser, de tocar, de sentir e amar... E amar, tenho certeza, não me basta, por que o que é o amor sem ódio, o que é o branco sem o negro, o que é a goiabada sem o queijo? Eu quero ser completa, ser repleta de incertezas, de coisas que a mãe natureza faz questão de me negar. Mas não aceito não, eu não sou fácil, sou abertos braços que esperam por um beijo. E quando meus lábios tocarem os teus tão tórridos, por favor não diga que não avisei. Ao me provar serás escravo, de meus desejos e caprichos mais escusos... Só não diga que eu não avisei. E logo aviso: quero voar, quero ser livre, não invente de me prender. Minhas algemas são invisíveis e quando fores, assim como sou, saberás que nem liberdade corresponde ao imenso desejo de ser só seu...


Isadora Miranda

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